Letra de "Por onde andei"
Artista: Nando Reis
POR ONDE ANDEI
Desculpe, estou um pouco atrasado,
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei errado
E eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana,
Coisas que pareceriam óbvias
Até pr’uma criança.
Por onde andei
Enquanto você me procurava?
Será que eu sei
Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?
Amor, eu sinto a sua falta
E a falta é a morte da esperança,
Como o dia que roubaram seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo coisa muito frágil,
Uma bobagem, uma irrelevância,
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama.
Por onde andei
Enquanto você me procurava?
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada?
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas.
Será que eu sei
Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?
(Nando Reis)
Eu tava ali fora sentada no chão, brincando com a Tigresa (minha vira-lata) e pensando. Em quão pouca atenção dou a tanta coisa diariamente. E, não, não é um pensamento que surgiu agora, mas é algo que penso tem tempos e não consigo mudar. Não é uma constatação recente, não é uma idéia que surgiu do nada. Já sei que não dou atenção pras pessoas e coisas há tempos e, mesmo que tente, não consigo alterar nada nesse meu comportamento.
Como sempre, reflito sobre a natureza dessas pessoas e coisas que ignoro. Geralmente, é aquilo que já tenho garantido. Mas, afinal, acho que muita gente é assim. Por exemplo, pai, mãe, irmão. Pouca atenção dou a eles, porque estão ali o tempo todo... "tanto faz". Estando sempre presentes, nem me toco da importância deles, porque não sinto falta deles. Com a Tigresa, a mesma coisa. Quando ela era da rua e não era considerada minha, era a maior atenção que eu dava. Agora, depois de tempos aqui em casa, não lembro da existência dela pra quase nada. E, por conseqüência, nem ela mesma sente mais minha falta. Ela acostumou a não ter minha atenção. É tudo comodismo.
Tenho medo desse meu comodismo com as coisas que gosto, amo. Com a pessoa que amo. Com meus amigos. Os anos vão passando e eles vão notando que é esse meu jeito e nada vale se aborrecer ou exigir mais atenção de mim. Ou continuam aqui sendo muitas vezes desprezados, porque gostam de mim, ou vão embora, por motivos óbvios. Tenho medo da minha progressiva frieza frente a várias coisas. Medo do que vira hábito pra mim, medo do que perde o encanto e jogo pra um canto qualquer e empoeirado da minha vida.
Então, essa música do Nando, eu já conheço desde o ano passado. Começou a tocar nas rádios agora. E o "problema" é que toca em TODAS que eu ouço. Não é o tipo de música que toca apenas na Cidade por ser rock ou na MPB FM por ser música mais calma. Toca em todas que ouço. Tipo, umas 4 vezes enquanto vou e volto da faculdade.
E por que me refiro à freqüência dela? Porque essa música sempre mexe nesse meu calo, nessa culpa que sinto por ser dessa maneira. Então, várias vezes pela manhã me lembro das minhas derrotas comigo mesma.
"Desculpe, estou um pouco atrasado, mas espero que ainda dê tempo de dizer que andei errado". Eu vivo assim. Faculdade, faculdade, faculdade, curso. Minhas bobeiras, minhas músicas. E o espaço pra outras coisas? Estou sempre atrasada, não tenho tempo. "... e eu entendo as suas queixas tão justificáveis e a falta que eu fiz nessa semana". Faço tanta falta pra algumas pessoas, fiz tanta falta, que se torna comum. Tem uma frase que diz que às vezes devemos nos ausentar um pouco pra fazer com que alguém sinta nossa falta, pra que perceba que somos necessários, importantes. Mas que essa ausência não seja tão longa a ponto de ensinar a pessoa a não precisar ou a esquecer de nós. É algo assim que me acontece. É o que aconteceu com a Tigresa. Ela me esqueceu. Pouco importa eu estar em casa ou passar 1 mês fora, ela não nota porque não tem minha atenção.
Essa música é pra isso. Pra essas pessoas que já nem se importam com meu jeito grosso, frio e insensível de demonstrar tudo, de conviver, porque já se acostumaram. Anos e anos. Um pedido interno e silencioso de desculpas, que jamais lerão.
"Por onde andei
Enquanto você me procurava?
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada?
(...)
Será que eu SEI
Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?"
Por onde ando?
Artista: Nando Reis
POR ONDE ANDEI
Desculpe, estou um pouco atrasado,
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei errado
E eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana,
Coisas que pareceriam óbvias
Até pr’uma criança.
Por onde andei
Enquanto você me procurava?
Será que eu sei
Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?
Amor, eu sinto a sua falta
E a falta é a morte da esperança,
Como o dia que roubaram seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo coisa muito frágil,
Uma bobagem, uma irrelevância,
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama.
Por onde andei
Enquanto você me procurava?
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada?
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas.
Será que eu sei
Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?
(Nando Reis)
Eu tava ali fora sentada no chão, brincando com a Tigresa (minha vira-lata) e pensando. Em quão pouca atenção dou a tanta coisa diariamente. E, não, não é um pensamento que surgiu agora, mas é algo que penso tem tempos e não consigo mudar. Não é uma constatação recente, não é uma idéia que surgiu do nada. Já sei que não dou atenção pras pessoas e coisas há tempos e, mesmo que tente, não consigo alterar nada nesse meu comportamento.
Como sempre, reflito sobre a natureza dessas pessoas e coisas que ignoro. Geralmente, é aquilo que já tenho garantido. Mas, afinal, acho que muita gente é assim. Por exemplo, pai, mãe, irmão. Pouca atenção dou a eles, porque estão ali o tempo todo... "tanto faz". Estando sempre presentes, nem me toco da importância deles, porque não sinto falta deles. Com a Tigresa, a mesma coisa. Quando ela era da rua e não era considerada minha, era a maior atenção que eu dava. Agora, depois de tempos aqui em casa, não lembro da existência dela pra quase nada. E, por conseqüência, nem ela mesma sente mais minha falta. Ela acostumou a não ter minha atenção. É tudo comodismo.
Tenho medo desse meu comodismo com as coisas que gosto, amo. Com a pessoa que amo. Com meus amigos. Os anos vão passando e eles vão notando que é esse meu jeito e nada vale se aborrecer ou exigir mais atenção de mim. Ou continuam aqui sendo muitas vezes desprezados, porque gostam de mim, ou vão embora, por motivos óbvios. Tenho medo da minha progressiva frieza frente a várias coisas. Medo do que vira hábito pra mim, medo do que perde o encanto e jogo pra um canto qualquer e empoeirado da minha vida.
Então, essa música do Nando, eu já conheço desde o ano passado. Começou a tocar nas rádios agora. E o "problema" é que toca em TODAS que eu ouço. Não é o tipo de música que toca apenas na Cidade por ser rock ou na MPB FM por ser música mais calma. Toca em todas que ouço. Tipo, umas 4 vezes enquanto vou e volto da faculdade.
E por que me refiro à freqüência dela? Porque essa música sempre mexe nesse meu calo, nessa culpa que sinto por ser dessa maneira. Então, várias vezes pela manhã me lembro das minhas derrotas comigo mesma.
"Desculpe, estou um pouco atrasado, mas espero que ainda dê tempo de dizer que andei errado". Eu vivo assim. Faculdade, faculdade, faculdade, curso. Minhas bobeiras, minhas músicas. E o espaço pra outras coisas? Estou sempre atrasada, não tenho tempo. "... e eu entendo as suas queixas tão justificáveis e a falta que eu fiz nessa semana". Faço tanta falta pra algumas pessoas, fiz tanta falta, que se torna comum. Tem uma frase que diz que às vezes devemos nos ausentar um pouco pra fazer com que alguém sinta nossa falta, pra que perceba que somos necessários, importantes. Mas que essa ausência não seja tão longa a ponto de ensinar a pessoa a não precisar ou a esquecer de nós. É algo assim que me acontece. É o que aconteceu com a Tigresa. Ela me esqueceu. Pouco importa eu estar em casa ou passar 1 mês fora, ela não nota porque não tem minha atenção.
Essa música é pra isso. Pra essas pessoas que já nem se importam com meu jeito grosso, frio e insensível de demonstrar tudo, de conviver, porque já se acostumaram. Anos e anos. Um pedido interno e silencioso de desculpas, que jamais lerão.
Enquanto você me procurava?
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada?
(...)
Será que eu SEI
Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?"
Por onde ando?
traduzido por Charlene Farias às 5:23 PM
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