Letra de "Tendo a lua"
Banda: Paralamas do Sucesso
Álbum: "Acústico MTV" (1999)
TENDO A LUA
Eu hoje joguei tanta coisa fora,
Eu vi o meu passado passar por mim,
Cartas e fotografias, gente que foi embora,
E a casa fica bem melhor assim.
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu,
E lendo os teus bilhetes, eu penso no que eu fiz.
Querendo ver o mais distante e sem saber voar,
Desprezando as asas que você me deu.
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua,
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
Eu hoje joguei tanta coisa fora,
E lendo teus bilhetes, eu penso no eu que fiz,
Cartas e fotografias gente que foi embora,
A casa fica bem melhor assim.
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua,
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua,
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
(Paralamas do Sucesso)
Hahaha. Putz! Toda vez que faço alguma limpeza nas minhas coisas, lembro dessa música!! "Eu hoje joguei tanta coisa fora".
Achei essa música nos meus arquivos aqui do blog, num dia de outubro ou novembro, agora não consigo lembrar.
Há três semanas atrás também fiz um outro faxinão, que durou uns três dias. Foi no quarto onde fica o PC, livros, CDs, etc. A arrumação de hoje foi numa coisa que não mexo faz bem uns 2 anos: minhas gavetas da escrivaninha no meu quarto. Na faxina de semanas atrás eu tirei muuuuita poeira, limpei muita sujeira, mas não tinha o que jogar fora. Antigamente eu fazia essas coisas e jogava algumas toneladas de inutilidades no lixo, ano passado, quando "faxinei" escrevi o seguinte:
"Todas as férias eu tiro um momento pra limpar tudo, tudo, tudo. Há anos faço isso. E jogo muita coisa fora.
Só que dessa vez eu joguei quase nada fora. Porque já não tenho mais o que jogar. Eu já joguei tanta coisa fora que sobrou o essencial. Mas pode ter alguém que dirá "Mas você ainda pode perder o essencial". Ah, que pena pra mim então!"
Na de semanas atrás joguei menos. Mas na de hoje... esse quarto onde estou e fica o PC é o que arrumo uma vez a cada década, pois vivo aqui (ou melhor, aqui que deixo a vida passar lá fora sem vê-la); já o outro quarto... ajeito de era em era.
E conseqüentemente essa menor freqüência me rendeu hoje lembranças, risos, gotas de raiva, nostalgia e bastantes envelopes pra carregar até a lixeira. Ali tinha cartões de 2001, 2002, uma época difícil mas já feliz. Encontrei cartas, palavras amigas, emoções esquecidas, superadas, datadas de 1997 a 1999. Quase 10 anos. Tanta coisa mudou e tanto permaneceu igual, um giro em torno de mim mesma.
Eu HOJE joguei TANTA coisa fora. Mas não o essencial, mais uma vez. O carinho de quem passou por mim e por quem passei permanece, mesmo que apenas numa gaveta e eu pouco lembre de certas coisas.
Acho que a tendência é eu ir fazendo isso: acumulando, acumulando, e em certa altura dar uma pausa e ver o que me é importante, depois me desfazer do inútil. E o inútil não foi a raiva, a mágoa, a traição, o triste, o doloroso. Guardo cartas, cartões, folhas soltas e lembrancinhas até do que me foi ruim, pois até isso foi importante. O que jogo fora é o vazio, as folhas amareladas, envelopes, cartões sem que qualquer escrita, feliz ou triste, desse a ele uma história.
Não jogo fora os amigos que me sacanearam e se tornaram mais amigos depois disso. E não são poucos. Não jogo fora uma decepção, mas a guardo escondidinha, pra apenas lembrar como lição, não pra exibir a todos. Não jogo fora amores, mesmo os mais mal resolvidos ou vergonhosos, pois me ensinaram a amar de alguma forma.
Bastante do que sou devo àquelas cartas, aos donos das mãos que as escreveram. Joguei tanta coisa fora mesmo, dessa vez novamente "vi o meu passado passar por mim. Cartas e fotografias, gente que foi embora, a casa fica bem melhor assim".
E eu também.
"E lendo os teus bilhetes, eu penso no que eu fiz..."
Banda: Paralamas do Sucesso
Álbum: "Acústico MTV" (1999)
TENDO A LUA
Eu hoje joguei tanta coisa fora,
Eu vi o meu passado passar por mim,
Cartas e fotografias, gente que foi embora,
E a casa fica bem melhor assim.
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu,
E lendo os teus bilhetes, eu penso no que eu fiz.
Querendo ver o mais distante e sem saber voar,
Desprezando as asas que você me deu.
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua,
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
Eu hoje joguei tanta coisa fora,
E lendo teus bilhetes, eu penso no eu que fiz,
Cartas e fotografias gente que foi embora,
A casa fica bem melhor assim.
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua,
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua,
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
(Paralamas do Sucesso)
Hahaha. Putz! Toda vez que faço alguma limpeza nas minhas coisas, lembro dessa música!! "Eu hoje joguei tanta coisa fora".
Achei essa música nos meus arquivos aqui do blog, num dia de outubro ou novembro, agora não consigo lembrar.
Há três semanas atrás também fiz um outro faxinão, que durou uns três dias. Foi no quarto onde fica o PC, livros, CDs, etc. A arrumação de hoje foi numa coisa que não mexo faz bem uns 2 anos: minhas gavetas da escrivaninha no meu quarto. Na faxina de semanas atrás eu tirei muuuuita poeira, limpei muita sujeira, mas não tinha o que jogar fora. Antigamente eu fazia essas coisas e jogava algumas toneladas de inutilidades no lixo, ano passado, quando "faxinei" escrevi o seguinte:
"Todas as férias eu tiro um momento pra limpar tudo, tudo, tudo. Há anos faço isso. E jogo muita coisa fora.
Só que dessa vez eu joguei quase nada fora. Porque já não tenho mais o que jogar. Eu já joguei tanta coisa fora que sobrou o essencial. Mas pode ter alguém que dirá "Mas você ainda pode perder o essencial". Ah, que pena pra mim então!"
Na de semanas atrás joguei menos. Mas na de hoje... esse quarto onde estou e fica o PC é o que arrumo uma vez a cada década, pois vivo aqui (ou melhor, aqui que deixo a vida passar lá fora sem vê-la); já o outro quarto... ajeito de era em era.
E conseqüentemente essa menor freqüência me rendeu hoje lembranças, risos, gotas de raiva, nostalgia e bastantes envelopes pra carregar até a lixeira. Ali tinha cartões de 2001, 2002, uma época difícil mas já feliz. Encontrei cartas, palavras amigas, emoções esquecidas, superadas, datadas de 1997 a 1999. Quase 10 anos. Tanta coisa mudou e tanto permaneceu igual, um giro em torno de mim mesma.
Eu HOJE joguei TANTA coisa fora. Mas não o essencial, mais uma vez. O carinho de quem passou por mim e por quem passei permanece, mesmo que apenas numa gaveta e eu pouco lembre de certas coisas.
Acho que a tendência é eu ir fazendo isso: acumulando, acumulando, e em certa altura dar uma pausa e ver o que me é importante, depois me desfazer do inútil. E o inútil não foi a raiva, a mágoa, a traição, o triste, o doloroso. Guardo cartas, cartões, folhas soltas e lembrancinhas até do que me foi ruim, pois até isso foi importante. O que jogo fora é o vazio, as folhas amareladas, envelopes, cartões sem que qualquer escrita, feliz ou triste, desse a ele uma história.
Não jogo fora os amigos que me sacanearam e se tornaram mais amigos depois disso. E não são poucos. Não jogo fora uma decepção, mas a guardo escondidinha, pra apenas lembrar como lição, não pra exibir a todos. Não jogo fora amores, mesmo os mais mal resolvidos ou vergonhosos, pois me ensinaram a amar de alguma forma.
Bastante do que sou devo àquelas cartas, aos donos das mãos que as escreveram. Joguei tanta coisa fora mesmo, dessa vez novamente "vi o meu passado passar por mim. Cartas e fotografias, gente que foi embora, a casa fica bem melhor assim".
E eu também.
traduzido por Charlene Farias às 7:49 PM
comente aqui: