- traduções -

mande-me um email
pedindo uma tradução



- sobre -

[ sobre o blog ]

[ sobre mim ]



- posts anteriores -

11/01/2003 - 12/01/2003 12/01/2003 - 01/01/2004 01/01/2004 - 02/01/2004 02/01/2004 - 03/01/2004 03/01/2004 - 04/01/2004 04/01/2004 - 05/01/2004 05/01/2004 - 06/01/2004 06/01/2004 - 07/01/2004 07/01/2004 - 08/01/2004 08/01/2004 - 09/01/2004 09/01/2004 - 10/01/2004 10/01/2004 - 11/01/2004 11/01/2004 - 12/01/2004 12/01/2004 - 01/01/2005 01/01/2005 - 02/01/2005 02/01/2005 - 03/01/2005 03/01/2005 - 04/01/2005 04/01/2005 - 05/01/2005 05/01/2005 - 06/01/2005 06/01/2005 - 07/01/2005 07/01/2005 - 08/01/2005 08/01/2005 - 09/01/2005 09/01/2005 - 10/01/2005 10/01/2005 - 11/01/2005 12/01/2005 - 01/01/2006


- contato -

email

orkut

















template by: Charlene Farias


[quarta-feira, agosto 3]

Letra de "Terra de gigantes"
Banda: Engenheiros do Hawaii

TERRA DE GIGANTES

Hey mãe!
Eu tenho uma guitarra elétrica,
Durante muito tempo isso foi tudo que eu queria ter.

Mas, hey mãe!
Alguma coisa ficou pra trás,
Antigamente eu sabia exatamente o que fazer.

Hey mãe!
Tenho uns amigos tocando comigo,
Eles são legais, além do mais, não querem nem saber...
Mas agora, lá fora,
Todo mundo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas de qualquer lugar.

Nessa terra de gigantes...
(Eu sei, já ouvimos tudo isso antes)
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes.

Hey mãe!
Já não esquento a cabeça,
Durante muito tempo isso foi só o que eu podia
(Isso era só que o que queria fazer).

Mas, hey mãe!
Por mais que a gente cresça,
Há sempre alguma coisa que a gente
Não consegue entender.

Por isso, mãe,
Só me acorda quando o sol tiver se posto,
Eu não quero ver meu rosto
Antes de anoitecer.

Pois agora lá fora,
O Brasil todo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas...

Nessa terra de gigantes,
Que trocam vidas por diamantes.
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes.

Nas garras da águia,
Nas asas da pomba,
Em poucas palavras,
No silêncio total.
No olho do furacão,
Na ilha da fantasia,
Quanto vale a vida
Nessa terra de gigantes?

(Engenheiros do Hwaii)




Uma coisa que constatei anteontem me fez lembrar essa música. Reler certas coisas que achei na minha gaveta me mostraram a relação dessa letra com o que fui, o que sou e mais: com a vida de uma pessoa que não direi quem é.
Tem certos momentos em que nos achamos tão donos da verdade, tão repletos de saber, tão conscientes do que dizemos. Mas tempos depois percebemos o quanto na realidade estávamos fechados pra novas idéias, por causa de algo que parece um orgulho, uma superioridade. Já fiz muito pouco caso de certas coisas que me diziam e ainda faço, mas hoje tenho mais consciência de que o que acho corretíssimo hoje poderá ser pra mim um erro daqui a pouco.
Mudei muito do que eu pensava. Mudei muito do meu jeito de achar que poderia responder a tudo. Mudei muito a minha vontade de discutir, discutir, discutir até cansar o outro lado. Tem vezes que acho discussões tão inúteis e largo de mão, o que pra alguns seria uma derrota. Então... três "foda-se" pra certos orgulhos meus!

"Mas, hey mãe! Por mais que a gente cresça, há sempre alguma coisa que a gente não consegue entender". Cresci sim, mas sei que ainda sou pequena. E é importante ter essa consciência, não ignorar as experiências de vida dos outros, as certezas alheias.
Digo tudo isso não com ar de ensinamento, mas como algo que me ocorreu e ocorre sempre, sempre em minha vida, na vida de muita gente. É um fato, não uma lição ou conselho. A gente muda nosso pensamento, nossa formação moral, nos adaptamos, concedemos espaço a novos pontos de vista, enxergamos o antigo erro imperdoável com mais flexibilidade depois dum tempo ou até mesmo o admitimos completamente. Não significa falta de personalidade, não quer dizer que perdemos os nossos princípios, nossa essência, é apenas o resultado da troca de experiências. Diz aquela frase batida: nenhum ser humano é uma ilha; temos contato diário com vários mundos além dos nossos e, portanto, se passarmos a vida inteira evitando mudar, não há adaptação e viver fica cada vez mais complicado.
Acho que a gente cresce mesmo é quando compreende visões diferentes, mesmo que não concordemos com elas. É bom entender o outro lado. É um exercício e tanto tentar compreender o diferente. E um crescimento pessoal imenso aceitar.
Conseguir ouvir o que dizem, desde que não seja absurdo (diga-se: absurdo pra você, não pro outro). Reflitir sobre aquilo e no máximo tentar fazer o outro enxergar o seu ponto de vista, não pra brigar ou pra pisotear com seus conhecimentos tão superiores e sólidos. Aceitar. Aceitar que você também erra ou que disse besteira ou aceitar que o outro não quer ouvir o que você diz. Aceitar. Não como derrota, como desistência, mas acho que na base da consciência e humildade, até essa pequena momentânea perda é válida.

E tem uma música da Legião, que acho que é a que mais amo, a qual diz isso tudo e bem mais, como: "Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo".
"Já não me preocupo se eu não sei por que". Ainda me preocupo às vezes, mas beeeeeem menos, não tenho mais aquele ímpeto de mostrar que eu sei alguma coisa, quando não há necessidade de mostrar. "Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê e sei que você sabe, quase sem querer, que eu vejo o mesmo que você". Se eu falar dessa parte do refrão, vai ficar suspeito pra quem é este post.

Bem, eu nunca sei terminar post. E acho que chega.
Tudo que escrevi não é lição de vida, não é conselho, como poderá parecer pros gatos pingados que terão saco de ler. É o que passei e passo, o que sei pra mim. E, quem sabe, pode servir pra qualquer outra coisa.

traduzido por Charlene Farias às 8:08 AM  
comente aqui: