- traduções -

mande-me um email
pedindo uma tradução



- sobre -

[ sobre o blog ]

[ sobre mim ]



- posts anteriores -

11/01/2003 - 12/01/2003 12/01/2003 - 01/01/2004 01/01/2004 - 02/01/2004 02/01/2004 - 03/01/2004 03/01/2004 - 04/01/2004 04/01/2004 - 05/01/2004 05/01/2004 - 06/01/2004 06/01/2004 - 07/01/2004 07/01/2004 - 08/01/2004 08/01/2004 - 09/01/2004 09/01/2004 - 10/01/2004 10/01/2004 - 11/01/2004 11/01/2004 - 12/01/2004 12/01/2004 - 01/01/2005 01/01/2005 - 02/01/2005 02/01/2005 - 03/01/2005 03/01/2005 - 04/01/2005 04/01/2005 - 05/01/2005 05/01/2005 - 06/01/2005 06/01/2005 - 07/01/2005 07/01/2005 - 08/01/2005 08/01/2005 - 09/01/2005 09/01/2005 - 10/01/2005 10/01/2005 - 11/01/2005 12/01/2005 - 01/01/2006


- contato -

email

orkut

















template by: Charlene Farias


[quinta-feira, agosto 18]

trecho de "Pais e filhos"

Estátuas e cofres e paredes pintadas,
Ninguém sabe o que aconteceu:
Ela se jogou da janela do quinto andar,
Nada é fácil de entender.

(...)

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã,
Porque se você parar pra pensar,
Na verdade não há.

(Legião Urbana)




Hoje aconteceu uma coisa muito séria e chocante pra todos da nossa turma lá da UERJ. Antes da primeira aula do dia, recebemos a notícia de que um menino que estudava conosco desde o 1º período se matou.
Eu confesso que não tinha intimidade nem contato com ele, mas me abalou. O clima que tomou conta da turma. Cada pessoa que ia chegando atrasada e sem saber do fato. Ver os amigos dele todos entrando e saindo da sala, desnorteados. Telefonemas. Pessoas que não conseguiam parar de chorar, pessoas que não conseguiam acreditar.
O Daniel era um menino muito brincalhão, e então muitos quiseram crer que era brincadeira de mau gosto. Demorou a cair a ficha. E também por, aparentemente, ser alegre, estar sempre zoando tudo, ninguém consegue ver um motivo. Não demonstrava tristeza, desespero, e ninguém tá conseguindo entender até agora.
Quando me contaram, me passou tanta coisa pela cabeça. Tanta gente, tanta história. Pra algumas pessoas suicídio é uma coisa distante, absurda. Pra mim e pra tantos que conheço foi ou é um pensamento constante, uma realidade. Resultado: me vi há uns 3 anos atrás. Isso ao ter que explicar pra alguns colegas que é um conjunto de coisas que levam alguém a fazer um ato dessa proporção.
Muitos queriam achar algum motivo: notas na faculdade, cobrança dos pais, falta de uma religião, etc, etc. Sabe-se lá o que foi. Mas seguramente não foi um fator apenas nem recente, é um acúmulo de coisas, de tempos. Ouvi também dizerem "Mas ele tinha dinheiro". E daí?
"Estátuas e cofres e paredes pintadas, ninguém sabe o que aconteceu: ela se jogou da janela do quinto andar". Não adianta dinheiro, estátuas, cofres, paredes pintadas, status, quaisquer bens materiais, quando se tem tantos outros problemas.
E tanta gente em vez de ajudar de verdade quem pensa em se matar, critica, fala de Deus, fala de auto-controle, de ter saúde física, família, etc, etc. Tantas vezes não damos a mínima atenção a quem dá sinais de desespero, quanto mais a uma pessoa como ele que disseram não aparentar nada.
Quantos amigos, familiares, colegas, já "ignorei", já "ignoramos", e o faremos novamente com certeza, sem nos dar conta do imenso erro. Quantas vezes alguém dará um tiro em si, acertando em cheio nossa consciência?

Música: "Pais e filhos" - Legião Urbana

traduzido por Charlene Farias às 9:16 PM  
comente aqui: